A pesca da tainha no Brasil desempenha um papel significativo em diversos aspectos. O país possui uma das maiores pescarias desse peixe no mundo, envolvendo uma extensa frota industrial de traineiras e embarcações de médio porte, como o emalhe anilhado, além de milhares de pescadores artesanais em todas as regiões das lagoas e estuários da planície costeira dos estados das regiões Sul e Sudeste.
Entre os anos 2000 e 2015, os desembarques totais registrados de tainha desde São Paulo até o Rio Grande do Sul variaram de 2 a 13 mil toneladas por ano de peixe fresco destinado ao consumo interno. Durante o período de 2007 a 2013, essa pescaria também gerou entre 170 e 600 toneladas anuais de ovas (botarga) e moelas de tainha processadas para exportação, movimentando entre 3,5 e 10 milhões de dólares anualmente.
Além disso, uma parte substancial das capturas provenientes da pesca artesanal é utilizada diretamente na alimentação das comunidades pesqueiras nas planícies costeiras, o que não é totalmente contabilizado nas estatísticas oficiais de produção. Portanto, a pesca da tainha possui uma enorme importância econômica, social, cultural e de segurança alimentar na região.
A pesca da tainha representa um importante Patrimônio Cultural e Imaterial de Santa Catarina, destacando-se como um dos maiores eventos culturais ao longo de nosso litoral. Seu registro histórico remonta a 1557, quando o escritor Hans Staden descreveu meticulosamente as práticas dos indígenas envolvidos nesse processo.
Ao longo das gerações, graças às famílias de pescadores que habitam o litoral catarinense, essa tradição foi preservada praticamente intacta. O método de pesca ainda é conduzido da mesma maneira, com um “vigia” atento às correntes marítimas e aos cardumes. Quando um cardume é avistado, o “vigia” alerta os outros pescadores, que preparam os barcos para cercá-los com redes de arrasto, produzidas artesanalmente pelos próprios pescadores e de proporções consideráveis.
Acompanhar esse cerco de tainhas, em meio a paisagens deslumbrantes nas praias de Itapema, Porto Belo, Bombinhas, proporciona uma experiência única. Todo o processo ocorre rapidamente, contando com a colaboração dos que estão na praia para ajudar a puxar as redes. O período de pesca ocorre entre os meses de maio e julho.
A tainha é um dos peixes mais apreciados no Brasil, devido à sua abundância em cardumes e ao seu sabor distintivo e marcante. Sua carne, com uma mistura de tons brancos e avermelhados, é delicada e macia, enquanto suas ovas são consideradas iguarias em várias partes do mundo.
Com a queda da temperatura das águas costeiras e a chegada do inverno, as tainhas migram para a costa para desovar, marcando o início da temporada de pesca. Por volta de maio, quando os ventos gelados do sul começam a soprar, os pescadores se preparam para essa época única do ano.
Enquanto preparam suas canoas, consertam redes e organizam seus acampamentos à beira-mar, aguardam ansiosamente a chegada das tainhas, originárias do litoral do Rio Grande do Sul. Essa tradição, que atravessa gerações, representa não apenas uma prática econômica, mas também um elo com a identidade cultural e histórica da região.
A hora de puxar as redes:
O “Saragaço” é uma celebração que reúne pescadores, membros da comunidade tradicional e visitantes. Seu objetivo principal é promover o fortalecimento da pesca artesanal da tainha, que é considerada um patrimônio cultural do estado de Santa Catarina.
Além disso, busca-se incentivar, conscientizar e inspirar as novas gerações a continuarem essa tradição. O momento em que se reúnem as pessoas à beira do mar para ajudar a empurrar as canoas até o mar e os pescadores se organizam em seus lugares para começar a remar e ir até o mar cercar as tainhas. Durante esse processo, há uma pessoa responsável por direcionar a canoa enquanto ela entra mar adentro, e o redeiro junto ao chumbeiro que lançam a rede na água para cercar o cardume. Com o cerco formado e a captura ocorrendo, é hora das pessoas que estão na beira da praia ajudarem a puxar as redes.
Para realizar a Pesca da Tainha com canoas de um pau só, é importante que o ambiente esteja favorável, pois os peixes são muito sensíveis a interferências. Por isso, é recomendável evitar atividades como banho de mar, correr na praia, mergulho, pesca esportiva, esportes e brincadeiras que causem barulho, pois essas atividades propagam o som pela água, afetando os cardumes.
Além disso, é importante respeitar as leis municipais, estaduais e federais que regulam a atividade pesqueira, as quais proíbem algumas atividades que podem interferir no curso natural dos cardumes, tais como surfe (Lei Municipal 362/97), motonáutica (Lei Municipal 362/97), vela (Lei Municipal 362/97), navegação de embarcações a motor a menos de 1 milha da costa (Portaria Sec. Especial de Pesca e Aquicultura 2/2017), e navegação de qualquer embarcação, exceto canoas, a menos de 800m da praia e 80m dos costões (Lei Municipal 362/97).
Curiosidades sobre a pesca artesanal da tainha:
Durante a migração reprodutiva dos cardumes de tainha (Mugil liza), que deixam os estuários e lagunas costeiras para desovar no mar, ocorre a captura do peixe.
As embarcações utilizadas, conhecidas como “canoas de um pau só” ou “canoas bordadas”, são esculpidas a partir de um único tronco maciço de garapuvu. No entanto, essas canoas estão se tornando cada vez mais raras devido à proibição do abate da árvore.
As cores das embarcações não são escolhidas ao acaso. Elas são pintadas com cores contrastantes para facilitar a visualização das canoas no mar.
Cada pescador desempenha um papel específico: o vigia, responsável por avistar o cardume no mar; dois remadores; um chumbeiro, encarregado de lançar as redes; e o patrão, que direciona o cerco. Além disso, durante a puxada, é comum contar com ajudantes ocasionais, chamados de passantes voluntários, que são recompensados com uma parte do pescado.
Dicas para quem quer presenciar a pesca da tainha:
- Escolha viajar durante os meses mais frios, preferencialmente em maio, junho e julho.
- A melhor condição para que as tainhas cheguem ao litoral é em dias mais gelados e com vento sul, portanto, acompanhe a previsão do tempo.
- Os maiores cercos geralmente ocorrem durante a manhã, então esteja disposto a acordar cedo.
- Permita-se participar do evento, puxando a rede e se envolvendo, mesmo nas águas frias do inverno.
- Não se esqueça de ficar até o fim, onde ocorre a separação dos peixes; dependendo da quantidade pescada, você pode levar um para casa.
Conteúdo da matéria baseado nas seguintes fontes:
https://caminhosmelevem.com/pesca-da-tainha-santa-catarina/
https://viladobosque.com.br/blog/tudo-sobre-a-pesca-da-tainha-em-bombinhas/
https://recantodomarthur.com.br/conheca-mais-sobre-a-famosa-pesca-artesanal-da-tainha/
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